Após o fim da maior greve da história em São Paulo e das diversas greves ocorridas pelos estados, onde milhares de professores buscaram denunciar o descaso das politicas brasileiras no Brasil, com relação a educação pública. Agora vemos surgir no estado de São Paulo mais uma proposta fascista e ditatorial do governador Geraldo Alckmin e da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a tal da "reorganização", mais uma política feita de cima pra baixo, sem consultar os principais afetados, profissionais das escolas, pais e alunos, numa busca de enxugar os gastos públicos, onde se fecharão escolas, colocando na rua vários profissionais da educação, pois para o governo educação pública é gasto e não investimento.
Através disso vemos uma política governamental, tanto na esfera estadual como na federal, que na imagem e propaganda se mostra se "importar" com a educação, falando de inovação e investimento, onde sempre culpa professores e alunos pela péssima qualidade no ensino e não a questão estrutural, como superlotamento nas salas de aulas, falta de materiais pedagógicos básicos, como giz, lousas e mapas, falta de espaços diferenciados, como bibliotecas, salas de vídeos e de computadores, e isso dentro de uma estrutura mínima para um ensino qualitativo, sem contar as péssimas condições de trabalho que são acometidos todos os profissionais da educação.
Todo esse processo de fechamento das escolas virá com um projeto que a muito tempo existe de municipalização do ensino fundamental, caminhando para parcerias público/privadas, buscando a privatização do ensino, em um esquema de ensino que colocou o Chile em um dos últimos lugares em educação no mundo e que lutou em muito para conseguir sair. Como já dito antes essa "reorganização" mudará a vida de todos e não foi debatido de maneira democrática, onde será implementado por forma de decreto, que provavelmente sairá agora dia 14/10, a intenção é de fechar mais de 116 escolas num processo de remanejamento de mais de 1 milhão de estudantes, com esse fechamento mais o superlotamento nas salas de aulas se intensificará, mais professores além dos 20 mil desse ano serão demitidos, outros milhares mudaram de escolas, para lugares mais longes, onde professores que possuem mais de 30 anos de estado e fim de carreira, voltarão a dar aula em 2, 3 escolas, vemos também professores e agentes organizacionais não sendo chamados por um concurso que prestaram e passaram, alunos que estudam próximos de suas escolas, terão que estudar, 2-3 km longe de suas residências, fazendo com que o gasto com transporte para os pais aumente e quem tiver filho em duas escolas, mais ainda, os ensinos noturnos e cursos de EJA se reduzirem ainda mais, fazendo com que alunos que trabalhem parem de estudar, e isso tudo vindo de uma política que vai destruindo o que estávamos lutando para que melhorasse.
Muita gente prega a hipocrisia dos alunos, que não querem nada com nada e agora se levantam quando suas escolas estão sendo ameaçadas, que por mais precária que seja, é o melhor espaço que possuem de socialização, fazendo com que como ocorreu na ultima sexta-feira acabem apanhando da polícia, porém a real hipocrisia é a do governo e da Secretaria da Educação, pois pregam em sua cartilha uma pedagogia construtivista, mas dão como estrutura uma apostila defasada como o método de ensino e salvação da educação, cortam ano após ano diversas verbas, chegando escolas a ficarem sem papel higiênico, giz, ou conseguirem tirar xerox e impressões para conseguir imprimir provas e trabalhos, de lotar salas de aulas com mais de 40 alunos, em salas que nem ventilador possuem, esperando um bom trabalho de alunos e professores, de fazer professores darem aulas em mais de 3 escolas, as vezes no mesmo dia para tirarem 2000 reais brutos, sem contar, não darem nem vale refeição e transporte, hipocrisia é falar de qualidade na educação, fechando os raríssimos espaços que ainda conseguem ter aulas, como o caso do Bispo de Jundiaí, que ainda possuem quadras, anfiteatros e sala de informática, de nenhuma escola ser construída nos últimos anos, de cortarem investimento na educação e setores públicos e aumentarem os próprios salários, do país estar em crise e mesmo assim o governo repassar mais de 50% do que é arrecado em imposto para banqueiros, de uma divida ilegal, que a muito tempo foi paga, dívida que foi criada pelas grandes corporações, que financiam esse mesmo processo de precarização do sistema publico, de escolas não terem nem dinheiro para produtos de limpeza, de investirem mais nos grandes ruralistas produzirem produtos de exportação e matarem indígenas, do que em seus jovens , e por ai vai, podemos acrescentar infinitamente o que é hipocrisia, e em ultimo lugar vai estar o levante dos estudantes nas escolas, que sentem na pele as consequências do descaso no ensino publico.
Agora é a hora certa de nos unirmos, organizarmos, não só os profissionais da educação, mas também a sociedade, principalmente pais e alunos, nos fortalecendo por baixo, independente de sindicatos pelegos e governos fascistas, lutando e resistindo contra um governo que não negocia, que passa por cima de decisões da justiça e leis e tem destruído a educação ao longo dos anos, para aqueles que pedem mais educação, agora é hora de lutar e se juntar, venha para a rua e nos ajude a começar a buscar mais dignidade de trabalho e qualidade de ensino para todos.
15/10 - DIA DE LUTA PARA TODA EDUCAÇÃO.
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